Proprietários de terras e empresas da região norte do Estado entraram com ação na Justiça Federal contra a exploração e especulação de áreas ricas em minérios nas cidades de Castelo e Juazeiro do Piauí. A ação é contra empresas estrangeiras que requereram à União o direito de explorar os minérios em 2 mil hectares dos municípios.
As duas cidades possuem extensas áreas de jazidas de pedras e quartzito, ideais para a construção civil, que, no entanto, não são utilizada por seus habitantes e proprietários. O advogado Apoena Almeida Machado, que representa os proprietários, diz que as empresas requereram o direito de lavra sobre as terras, mas não realizam nenhuma atividade mineral. “A área é utilizada apenas para especulação. As empresas requerem a concessão de lavra de extensas áreas de particulares, impedindo a população de explorar os recursos minerais e as riquezas de suas terras em benefício próprio e da região”, diz ele.Segundo o advogado, os proprietários das terras sequer foram informados de que as empresas estrangeiras tinham requerido os direitos de exploração de suas áreas. “É uma situação absurda, que expõe o paradoxo entre a riqueza das nossas terras e a ausência de defesa política do nosso povo e ajuda a perpetuar o ambiente de pobreza e desrespeito aos direitos dos proprietários dessas áreas”, observa o advogado.A questão, sustenta Apoena, não é apenas financeira, mas social, “na medida em que a atuação empresarial na região está engessando todas as atividades de pecuária, agricultura e a maior vocação local, que é a extração da conhecida ‘pedra de castelo’ e do quartzito”.
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