O promotor Roberto
Senise Lisboa (foto), que investiga o "caso Héverton", afirmou na
noite de domingo ter "indícios fortes" de que alguém da Portuguesa
recebeu dinheiro para que o jogador fosse escalado contra o Grêmio.
- Há indícios de que alguém no clube recebeu vantagem e acabou prejudicando a Portuguesa. O que é certo é que o técnico Guto Ferreira não sabia da situação do jogador. Ao que tudo indica, houve problema no meio do caminho, na comunicação do clube - afirmou o promotor em entrevista para a "Rádio Bandeirantes".
- Há indícios de que alguém no clube recebeu vantagem e acabou prejudicando a Portuguesa. O que é certo é que o técnico Guto Ferreira não sabia da situação do jogador. Ao que tudo indica, houve problema no meio do caminho, na comunicação do clube - afirmou o promotor em entrevista para a "Rádio Bandeirantes".
- A questão é quem ganhou dinheiro com isso, e alguns indícios apontam para isso. A máfia no futebol não esta restrita apenas ao apito - disse Senise Lisboa, em referência
ao caso "Máfia do Apito", de 2005.
O promotor diz que este momento está "constituindo todas as provas em torno do recebedor" e que o passo seguinte será investigar o pagador da eventual quantia.
- Vamos dizer que os indícios são fortes (de que alguém recebeu), provas ainda estão em fase de constituição. É muito esquisito um clube afirmar que não sabia da suspensão de um jogador apenas na última rodada do Campeonato Brasileiro. Tem que analisar com o devido cuidado, é muito estranha a situação.
A "falha de comunicação" a que se refere Roberto Senise Lisboa se deu entre os advogados Osvaldo Sestário Filho e Valdir Rocha. O primeiro representou a Portuguesa no julgamento de Héverton, em 6 de dezembro, portanto antes da última rodada do Brasileiro.
Sestário diz que informou Valdir Rocha (funcionário da Portuguesa) sobre a suspensão de Héverton e apresentou fax e conta telefônica como provas. Rocha rebate e diz que nunca foi avisado por Sestário. Os dois serão ouvidos pelo MP.
- Existe uma divergência entre Valdir e Sestário, mas essa divergência se resolve por meio de provas, que o Ministério Público já obteve ou está em vias de obter - disse o promotor. O blog Bastidores FC mostrou que o MP deverá pedir a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos.
Um dos indícios apontados por Senise Lisboa para acusar "alguém da Portuguesa" é que o clube sabia que Héverton seria julgado no dia 6 de dezembro.
- A Portuguesa recebeu a informação no dia 3 de dezembro, portanto não é válido o argumento de que o clube não sabia do julgamento - disse o promotor ao blog na semana passada.
Orlando Cordeiro de Barros, vice-presidente jurídico da Portuguesa, afirma que há diferença entre o clube saber que o julgamento ocorreria e saber do resultado do julgamento.
- A Portuguesa sabia que ocorreria o julgamento, tanto que teve um advogado lá (Osvaldo Sestário). Mas o clube não foi informado do resultado do julgamento. Se o clube foi informado, eu quero saber, porque aí já posso punir internamente aqui quem soube.
Caso Héverton: presidente da Lusa
desconfia de dois funcionários do clube
O
presidente da Portuguesa, Ilídio Lico (foto), afirmou na manhã desta
segunda-feira que desconfia da postura de dois funcionários do clube no
"caso Héverton".
O dirigente deu a mesma informação ao promotor Roberto Senise Lisboa, do Ministério Público de São Paulo, em audiência realizada na última quinta-feira.
- Tem duas pessoas lá que não me convenceram. Dois funcionários da antiga diretoria. Eu questionei as pessoas e não me convenci. E eu falei o que eu sei ao promotor - afirmou Lico a este blog, por telefone.
Senise Lisboa já havia afirmado ter "fortes indícios" de que alguém da Portuguesa recebeu "vantagens indevidas" para ter escalado Héverton contra o Grêmio. O jogador estava suspenso, motivo pelo qual a Lusa perdeu quatro pontos no Campeonato Brasileiro e acabou rebaixada.
O blog perguntou a Lico se ele sabia quem teria subornado esses dois funcionários da Portuguesa.
- Eu não posso falar que receberam ou não, para isso tenho que ter provas. Mas existe um ditado que diz: "Eu não creio em bruxas, mas que existem, existem". E não vou falar nomes, fica ruim falar nomes.
Além de dois funcionários do clube, Lico afirmou ter desconfianças quanto a Osvaldo Sestário Filho, advogado contratado para defender o clube no caso Héverton, que garante ter avisado da suspensão do jogador por telefone.
- Ele também não me convence. Tudo o que li sobre ele não me convenceu. Ele diz que avisou, que telefonou, mas não tenho como saber se ele deu "bom dia" ou se realmente avisou que o jogador estava suspenso.
Ilídio Lico cobriu de elogios o promotor Roberto Senise Lisboa.
- Estou muito contente por ter um promotor tão competente cuidando do caso.
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